Companhia vê grande diferença entre o valor justo da ação e a cotação atual. Além disso, haverá o cancelamento dos papéis em tesouraria. O objetivo é mostrar o bom momento operacional.
Diante da avaliação de que as ações estão bastante descontadas, a Log Commercial Properties, empresa de galpões controlada pela família, decidiu tomar duas medidas para tentar puxar o valor dos papéis para o que considera perto do valor justo.
O conselho de administração aprovou na sexta-feira, 5 de julho, o cancelamento de 5 milhões de ações ordinárias mantidas em tesouraria e o lançamento de um novo programa de recompra de ações.
Com prazo máximo de 18 meses, o programa visa a aquisição de até 5,5 milhões de ações em circulação, o que representa cerca de 5,4% do total de papéis emitidos pela companhia. Considerando a cotação de R$ 24,85 que os papéis fecharam na sexta, 5, a Log vai despender cerca de R$ 136,6 milhões.
“Considerando o cenário macro, as nossas ações, assim como de todas as empresas do setor imobiliário, estão muito depreciadas, com um desconto muito grande em relação ao valor justo dele”, afirma o CEO. “Estamos com uma depreciação muito grande, tem acontecido há um tempo, o gap já fechou um pouco nos últimos meses, mas a diferença ainda é muito relevante.”
O valor justo da Log considera as propriedades que têm e, de acordo com Fischer, a diferença entre o valor dos ativos (NAV) e das ações, sem considerar as perspectivas de crescimento, está variando entre 30% e 40%.
As operações anunciadas permitirão à Log arbitrar valores. Fischer diz que a companhia está vendendo ativos a NAV equivalente a R$ 35 por ação, enquanto os papéis estão sendo negociados abaixo de R$ 25. O movimento mais recente de reciclagem de portfólio foi em abril, quando a Log vendeu R$ 500 milhões em ativos para um fundo imobiliário (FII) do BTG Pactual.
“Já temos feito movimentos [para fechar a diferença] e vamos continuar fazendo enquanto esse gap de valores existir”, diz Fischer. A empresa encerrou hoje um programa de recompra aprovado em fevereiro de 2023 em que adquiriu mais de 3,4 milhões de ações.
Para Fischer, a situação macroeconômica têm ofuscado o desempenho operacional da Log. Vendo o setor demandado, principalmente fora do eixo Rio-São Paulo, o executivo espera bater recorde, entregando 500 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) pelo País, o que, segundo o executivo, representa uma fatia de quase 25% de todos os novos projetos previstos no Brasil. Para isso, planeja investir entre R$ 850 milhões e R$ 900 milhões.
Ele afirma ainda que o momento também é positivo em termos de rentabilidade dos ativos greenfield com yield on cost alto de 13% ao ano, um recorde para a companhia, além de estar com praticamente todos os ativos locados.
“Em termos operacionais, estamos muito bem, e eu acho que o mercado tende a ver isso e o papel deve retornar aos níveis que teve no passado”, afirma o CEO. “Mas o que está segurando é o cenário macro, a questão fiscal do País, o que vai acontecer com os juros.”
Sobre novas vendas, Fischer diz que a empresa possui conversas com investidores e que espera anunciar novas operações ainda neste ano.
Desde o começo do ano, as ações LOGG3, da Log, acumulam alta de 12,7%, resultando em um valor de mercado de R$ 2,5 bilhões.
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