Lucro líquido da companhia dobrou no período, ante os primeiros três meses de 2023, para R$ 55 milhões
Analistas de mercado classificaram como saudáveis os resultados da Log CP no primeiro trimestre, destacando também a melhora na alavancagem. Há pouco, as ações da empresa subiam 4,9% na B3, cotadas a R$22,20.
A Log CP reportou resultados no primeiro trimestre um pouco abaixo das estimativas, com vendas de ativos levando a uma redução na receita, mas com a vantagem de resolver a questão da alavancagem, diz o Citi.
O analista André Mazini escreve, em relatório, que a Log CP registrou R$53,8 milhões em receitas, 8% abaixo da projeção. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi 10% menor em relação à projeção do Citi, devido a maiores custos de mercadoria vendida e despesas gerais e administrativas, diz.
Ele destaca que novos contratos estão sendo fechados a R$23,7 por metro quadrado, enquanto a média da empresa é de R$20,62, o que é um bom sinal. O analista diz ainda que os contratos da Log CP são reajustados anualmente pelo IPCA e não pelo IGP-M, o que é positivo no atual ambiente de deflação do IGP-M.
Já os analistas do Bradesco BBI comentam que a Log CP apresentou resultados em linha com as expectativas para o primeiro trimestre. “Vemos números operacionais saudáveis, com aluguel de mesmo cliente crescendo 1,9%, o sétimo trimestre consecutivo acima da inflação, e 57 mil metros quadrados de área bruta locável entregues e 100% alugados, resultando em uma baixa vacância estabilizada de 0,9%”, escrevem os analistas liderados por Bruno Mendonça.
Apesar de nenhuma venda de ativos ter sido realizada no trimestre, a empresa se desfez de uma participação relevante de R$ 509 milhões em abril, com uma margem bruta de 41%, o que significa, de acordo com o banco, que as taxas de capitalização podem estar tendendo abaixo da média de 8% de 2023 — e isso é crucial para financiar a próxima fase de crescimento para 2025-28.
Como consequência, a alavancagem da Log CP, ajustada para recebíveis, caiu acentuadamente, colocando a empresa em uma posição saudável para o próximo ciclo, destacam os analistas.
A Log CP apresentou um resultado dentro das expectativas no primeiro trimestre, avalia o Itaú BBA, que destaca as entregas consistentes como um indicativo das condições saudáveis da demanda, possibilitando uma tendência positiva para projetos futuros da companhia.
Por outro lado, as receitas ficaram um pouco abaixo das expectativas do banco, que atribuiu essa diferença à estratégia da Log CP de reciclagem de ativos. A venda de ativos também fez com que o fluxo de caixa ficasse ligeiramente abaixo do estimado pelo banco.
Outro ponto destacado é que o índice de endividamento, medido pela relação dívida líquida ajustada sobre Ebitda, do trimestre atingiu 2,6 vezes, ante 1,9 vez do quarto trimestre, refletindo as saídas de caixa para os novos empreendimentos. Porém, considerando as vendas anunciadas na semana passada, o banco explica que esse indicador ficaria em 0,8 vez.
Na avaliação do Santander, o balanço do primeiro trimestre da Log CP indica tendências operacionais fortes, porém, o imposto de renda mais alto pressionou o fluxo de caixa da companhia, já que a empresa não recolheu benefícios fiscais associados a prejuízos no nível da holding durante o trimestre.
O banco destaca de forma positiva a redução entre trimestres da taxa de vacância mesmo com o aumento da área bruta locável da companhia. Além disso, a Log CP conseguiu elevar o aluguel para o mesmo cliente, enquanto a taxa de inadimplência líquida permaneceu saudável.
A receita líquida, que caiu 19,7% no ano, ficou em linha com as expectativas do Santander, impactada negativamente pelas vendas de ativos realizadas nos últimos 12 meses.
Cristiana Euclydes, Victor Meneses e Ana Beatriz Bartolo
