Alta do setor de compras on-line coloca as estratégias de logística em evidência no Brasil
O ano de 2024 marcou uma nova etapa no crescimento regular que o comércio eletrônico tem desempenhado no Brasil nos últimos tempos. No período, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) estima que o e-commerce tenha movimentado mais de R$ 204 bilhões – indicador que representa um aumento de aproximadamente 10% em relação a 2023. A perspectiva é que, em 2025, o setor fature mais de R$ 230 bilhões, o que representaria um novo avanço, dessa vez de 12%.
Neste contexto, a presença das empresas no comércio digital tem acirrado ainda mais a disputa pelo desenvolvimento de estratégias que sejam atrativas aos consumidores, ao mesmo tempo em que sejam assertivas para o modelo de cada negócio – dessa forma, a velocidade na entrega de mercadorias se tornou um diferencial competitivo.
Isso porque, mais de 60% dos compradores on-line escolhem produtos com base nas melhores opções de entrega, incluindo o frete grátis, como uma prioridade, de acordo com uma pesquisa da Metapack. O comportamento do novo consumidor tem estimulado que empresas intensifiquem os investimentos no modelo de last-mile delivery, que visa agilizar o processo de entrega, com apoio de centros de distribuição e pontos de coleta em percursos próximos aos centros de consumo.
Para as companhias, um dos maiores desafios da last-mile no e-commerce é o alto custo e a complexidade de distribuir produtos em um curto espaço de tempo, em áreas distintas. O Brasil é um país com sua malha logística concentrada nas rodovias, fator que torna a estratégia de escolha das localidades para implantar os pontos de distribuição ainda mais necessários.
Neste contexto, os condomínios logísticos têm contribuído para a consolidação dessas operações. Ao estarem localizados mais próximos aos consumidores finais, ajudam a reduzir a distância percorrida, diminuindo os custos de transporte e acelerando o tempo de entrega. Além disso, a localização estratégica dos empreendimentos permite que as empresas possam optar por melhores opções de rotas, reduzindo diretamente a redução do tempo total do frete.
A presença nesse tipo de infraestrutura contribui, ainda, para que as empresas respondam de forma mais ágil a mudanças repentinas no volume de pedidos e nas demandas sazonais, em períodos como o Natal, por exemplo. Como os espaços contam com galpões modulares que oferecem maior flexibilidade na gestão de estoques, as operações podem ajustar suas capacidades logísticas, sem a complexidade ou necessidade de grandes mudanças na infraestrutura.
E o importante papel dos condomínios dentre as estratégias logísticas do e-commerce segue ainda mais em evidência, já que o setor foi responsável por mais de 20% das locações em galpões classe A, presentes dentro dos empreendimentos, em 2024, de acordo com dados da Colliers. A expectativa é de que em 2025 estes espaços sigam contribuindo para o avanço do comércio eletrônico e, consequentemente, para o desenvolvimento da economia nos centros de consumo em todo o Brasil.
Fonte: https://diariodocomercio.com.br/opiniao/artigo/papel-condominios-logisticos-e-commerce/